
Anteontem pensei "preciso postar algo". Mas qualquer assunto era insuficiente perto do que gostaria de expressar.
Hoje, em homenagem ao falecimento da minha vozinha, o nome do meu blog faz todo o sentido.
Eu vejo pessoas que não se importam muito com a família ou que pregam o desapego dela para seguir sua vida. Acho que no fundo, o valor que damos para a família vai de acordo com o que aprendemos com ela.
Minha vó tinha um jeito único de pensar e viver. Muito boa, muito pura, sempre vendo tudo de bonito nas pessoas. Com alzheimer, cancer, parkinson, diabetes e pressão alta ela passou seus últimos momentos sempre sorridente, sem tristeza ou preocupações. Todo fim de semana estava eu lá (quase todo, mas aproveitei bem minha vozinha) e ela sempre elogiando todo mundo, transmitindo carinho e abrindo um sorrisão com dentadura ou sem (nos momentos mais delicados em que ela não estava tão lúcida) e brincando como criança com a gente.
Meu nome, o da minha mãe, da minha irmã e do meu tio Tato foram os únicos que ela continuou lembrando com as doenças. A agressividade que esperávamos com a doença não apareceu.
O que posso dizer é que aprendi com a minha avó o desapego material, aprendi o amor incondicional hereditário (vó-mãe-filha), aprendi que a crença num final feliz move montanhas e que entre milhares de outros aprendizados, o importante é sermos luzes na vida das pessoas.
Eu não trabalho em ONG porque quero me doar. Eu gosto de business. Mas com as mensagens dela, sei que eu me doo como pessoa, em qualquer situação para quem precisar. E isso é muito mais difícil de se fazer. E muito mais benéfico.
Como posso ficar longe de alguém que aprendo tanto e que só me trás bons resultados? =)
Hoje ela é luz e, se admiro e quero ser luz como ela, tenho que admitir que a Vovó Tinha Razão!
PS1: leia-se luz qualquer manifestação transcendental (santa, anjo, luz, espírito bom, etc)
PS2: Olga, nome da minha avó, significa sagrada, santa, próspera.
Lud